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MOVIMENTO O SUL É O MEU PAÍS




ENTREVISTA ESCLARECE SOBRE PROPOSTA DO MOVIMENTO O SUL É O MEU PAÍS
Nesta entrevista concedida ao jornalista Anderson Vieira, quando ainda era presidente nacional do Movimento O Sul é o Meu País, Celso Deucher esclarece as muitas duvidas que as pessoas tem em relação a proposta defendida pela entidade. Reputamos como muito importante para todos aqueles que pretendem militar nesta causa e ainda não a conhecem o suficiente para poder defende-la como deve ser. A entrevista está dividida em quatro partes e em cada uma delas o entrevistado responde a perguntas do entrevistador.
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UMA NOVA PRIMAVERA DOS POVOS

Celso Deucher*

As notícias são alvissareiras e causam espécie em muita gente que insiste num olhar sem profundidade para a realidade mundial. Salvo a derrota de quase todas as previsões de geógrafos e especialistas em geopolítica, o mundo vai ganhar cerca de 400 novos países até o final do século XXI. Tal revolução virá como resultado de um aprimoramento significativo do sistemas democráticos e da liberdade de opinião em escala global. É a nova “Primavera dos Povos”.

Longe de ser um assunto fora de pauta, a secessão, como consequência do Direito de Autodeterminação dos Povos, vem causando uma revolução de proporções gigantescas mundo afora. Exemplos não faltam nos dias atuais, bastando consultar o noticiário.

No mês de maio de 2006, tivemos um exemplo claro de que é possível a secessão pacífica, quando os povos da Sérvia e de Montenegro decidiram em plebiscito democrático, trilhar caminhos separados. A festa dos dois povos com o resultado, foi aplaudida por milhões de cidadãos nas mais de 400 nações sem Estado espalhadas por todos os cantos do mundo.

Em 2011 outro exemplo veio a tona, para desespero de certos unionistas: o referendo sobre a independência do Sudão do Sul. Realizado entre os dias 9 e 15 de janeiro decidiu o destino do Sudão do Sul, qual seja, tornar-se um estado independente ou continuar a ser parte integrante do Sudão. Segundo os dados oficiais, a quase totalidade dos eleitores votou pela separação do Sudão do Sul. A partir de 9 de julho de 2011, o mundo ganhou um novo país.

Este ato, mostrou que é possível exercer o direito de secessão de maneira pacífica, democrática e plebiscitária. Nenhuma coletividade deve se submeter na marra aos ditames de um estado nacional que não quer. O que não se entende, de fato, no caso do Sudão do Sul, é por que a Comunidade Internacional, em nome de uma doutrina decadente de “unidade nacional do Sudão” deixou passar tanto tempo para exigir um plebiscito. Foi preciso morrer milhões de pessoas para que o sangue desta gente toda acordasse a opinião publica mundial.

Estes são apenas dois exemplos. Existem centenas deles que poderíamos enumerar e comentar na tentativa de demover da cabeça dos inimigos da democracia, a infeliz idéia de que “o mundo está se unindo e não separando-se”.

Analisemos no entanto um outro estudo interessante. A revista britânica “The Economist” recorda que em 1914 o mundo tinha 62 países; 32 anos após, em 1946, aumentou para 74; e de 1946 a 1999, decorridos portanto 53 anos, passamos a ter 193, com um acréscimo de 119 países”. Hoje já somos 200. São cerca de dois países novos por ano, o que coloca por terra a tese dos defensores da Globalização e da unidade brasileira. Tal “unionismo” se dá exclusivamente no campo econômico e das comunicações. Até por que, salvo um ou dois casos (exemplo: a união das duas Alemanhas, separadas a força e contra a vontade do povo alemão), não se assiste anualmente o desaparecimento de países. Afinal, qual país sumiu do mapa nos últimos anos? Absolutamente nenhum.

Na esteira deste crescimento no número de países, os analistas estão prevendo o nascimento de cerca de 400 novos Estados (países) neste século, cerca de 50 só nas próximas décadas. O mapa do mundo está por sofrer transformações profundas e rápidas, na opinião de especialistas em geografia e política. Imagine-se um mundo no qual a Escócia se torna independente da Grã-Bretanha e a Itália se divide ao meio, Rússia e China se fragmentam mais ainda numa incrível explosão democrática nascendo dezenas de novos Estados. Na esteira destas previsões há quem aposte que o Canadá e o Brasil, como os concebemos hoje, simplesmente podem desaparecer.

Aqui, na América Portuguesa, cerca de cinco novos países podem nascer, unificando povos, enfim, libertos da tirania que já dura mais de 500 anos. No mundo, ao longo deste processo, países com nomes complicados como Ossétia do Sul, Abkházia, Samilândia, Pushtunistão e Zululândia, por exemplo, vão nascendo.

Tidos como loucos na década de 80 e 90, um grupo de especialistas em geografia anunciaram as transformações ocorridas nos últimos anos e os acontecimentos recentes comprovam que eles estavam certos. A Rússia é só um caso dos países citados por este grupo de especialista. “Quando na década de 80 dizíamos que isso iria acontecer, não era difícil achar alguém nos taxando de loucos. Mas hoje, o que previa nossas pesquisas está acontecendo” diz Wilian B. Wood, ex-geográfo-chefe, do Departamento de Estado norte-americano.

Este novo cenário mundial foi o tema que um simpósio de eminentes geógrafos anteviu nos anos 80 e que esta se concretizando e ainda deve continuar sua marcha. “É o redesenho geral do mapa do mundo que se concretizará ao longo do século 21” afirma categoricamente Wood. O alcance das próximas mudanças nas fronteiras mundiais estará entre os mais profundos da história, garantem os especialistas. “E elas se farão com rapidez também inédita”, afirmam. “O que estamos enfrentando agora é simplesmente uma recriação de países”, assegura.
Nos próximos 25 a 30 anos, a lista de países existentes poderá aumentar em 50%, ou mais. “Teremos mais de 300 países”, prevê Saul B. Cohen, ex-presidente da Associação de Geógrafos dos Estados Unidos. Alguns dos mini-estados de raízes étnicas ou lingüísticas serão o fator principal deste crescimento, comenta ele.

“È tendência que vai aumentar no futuro” observa o geógrafo italiano Fabrizio Bivá. Muitas fronteiras serão alteradas devido á vontade política de nações ligadas pelos mais variados motivos a Estados aos quais não se sentem integrados, como na Iugoslávia a sangue e fogo, ou pacificamente como aconteceu na antiga Tchecoslováquia. “As fronteiras existentes, tendem a perder importância quando não correspondem a vontade dos povos de determinado território”, acrescenta o especialista italiano. “Nenhum povo aceitará continuar pertencendo política e economicamente a um Estado com o qual não se sente parte dele. E isso será um forte argumento para que países continentais como o Brasil [grifo nosso], o Canadá, os Estados Unidos e outros se esfacelem dando origem a dezenas de novos Estados”, analisa Bivá.

Tais previsões, assustadoras para alguns, serão bem aceitas a seu momento, visto que “a humanidade caminha aprendendo a caminhar”, preconiza Fabrizio Bivá. “Chegará um momento que os separatistas de hoje serão os libertadores, tamanha a força usada pelos Estados atualmente constituídos para manter seu poder. Mas é justamente nesta reação dos Estados que se fortalecerá o desejo de liberdade dos povos”, prevê ele.

Ainda segundo Bivá, de todas as situações estudadas até o momento, boa parte das guerras internas começam quando o Estado se rebela contra o cidadão e passa a dominá-lo através da força. “Esta violência pode ser militar ou simplesmente por constituições demasiadamente centralistas que criam uma camisa de força no cidadão”, finaliza.

Além disto, outros novos países surgirão a partir da independência das antigas colônias ainda hoje sob domínio estrangeiro, como Porto Rico e Havaí. Uma tendência na segunda metade do século XX e que teve a mais recente demonstração quando o colapso do império soviético fez surgir da noite para o dia, quinze novos Estados e ainda há outros em processo de independência. “Estamos atualmente numa nova grande fase de exigências por autodeterminação. Se atendidas na integralidade resultarão em significativas mudanças no mapa político do mundo”, afirma David B. Knight, presidente de uma comissão especial de elaboração do Mapa Político Mundial da União Interamericana de Geógrafos. Para Knight, em um nível mais radical, “as novas linhas nos mapas serão traçadas devido a mudanças fundamentadas no papel dos Estados, especialmente em decorrência de pressões econômicas e sociais”.

Outro especialista no assunto, George Demko, ex-diretor do Rockefeller Center, professor na Universidade de Dartmouth, as atuais mudanças da geografia política e econômica no mundo são tão significativas quanto aquelas que o mundo sofreu depois do Tratado de Westfalia, o acordo de paz de 1648 que acabou com à Guerra dos 30 Anos na Europa a foi o ponto decisivo no surgimento dos Estados modernos. “À medida que desafiamos a ideia tradicional de soberania de Estados, globalizando as economias e comunicações e acabando com os últimos impérios, a geografia do mundo vai desfazendo velhas ligações e elaborando novas. Junto com as fronteiras, a dinâmica e as funções dos Estados irão mudar, conseqüência de tudo isto”, garante o professor Demko.

A fase primeira de reordenação global poderá acontecer dentro desta década, mas a última parte do processo, garantem os geógrafos, só se concretizará mais adiante, porém ainda no século XXI. “Os povos continuam com medo das guerras e só irão às armas, quando esgotar-se todos os demais recursos”, analisam os especialistas. Os países que surgirem deste processo certamente guardarão pouquíssimas semelhanças com os Estados atuais. Por exemplo, “muitos deles não terão exércitos, apenas forças policiais. E alguns permitirão que seus cidadãos tenham dupla nacionalidade, como já acontece nos países Bálticos em relação à população Russa”, assegura Saul Cohen.

Especialmente a partir da década de 1970 surgiu com muito vigor na Europa e nos Estados Unidos aquilo que hoje conhecemos como “Geografia Política” (Political Geography). Trata-se do campo da geografia humana que se preocupa com o estudo dos resultados dos processos políticos e as formas em que os processos políticos são afetados por estruturas espaciais. A geografia política adota uma estrutura de três escalas para fins de análise: 1) O estudo do estado no centro; 2) O estudo das relações internacionais (ou geopolítica); 3) O estudo das localidades. Em resumo, esta ciência tem como principal preocupação as inter-relações entre as pessoas, o estado e o território.

Um dos principais expoentes desta área da geografia política no mundo é o professor Julian Minghi, da Universidade de Colombia (USA). No livro “The Struture of Political Geography”, escrito em parceria com outro grande especialista no assunto, Roger E. Kasperson, o professor Minghi defende que a estrutura da geografia política inclui sociobiologia, história, relações internacionais, economia política, ciência política, psicologia social e sociologia. É ele que faz as “previsões” mais importantes nas mudanças no mapa mundi com o nascimento de novos países. “Um sistema estratificado de governo e poder deverá substituir os Estados tradicionais. No topo existirá uma entidade como as Nações Unidas, responsável pela paz, Meio Ambiente e outros temas globais”, explica Minghi. Na sua visão, os agrupamentos regionais como a Comunidade Européia e o Mercosul, viriam a seguir, enquanto os estados com “sentimentos comuns” ficariam na parte mais baixa da pirâmide.

No momento, pelo menos 17 blocos regionais já estão alterando a face do Globo. Segundo a associação que esta elaborando o novo Mapa Político Mundial, existe cerca de 390 Movimentos de Libertação Nacional, que tem como principal objetivo dar a luz a um novo País. As razões são as mais diversas possíveis. “É a grande revolução do século XXI”, afirma o professor Julian Minghi, que aposta nos ideais democráticos e na implementação e respeito ao direito de autodeterminação dos povos como chave para resolver as questões desta nova “Primavera dos Povos”.

Para a esmagadora maioria dos especialistas em “situações explosivas” envolvendo povos que buscam a formação de novos Estados, as guerras de libertação, decorrem da falta de aplicabilidade do Direito Internacional, especialmente da negação do Direito de Autodeterminação dos Povos e da implementação dos demais direitos humanos. “A ameaça a paz vem justamente quando os Estados negam aos povos em rebelião o direito de se manifestarem pacificamente sobre seu destino”, analisou em 1993, Jeferson Windsorf um dos encarregados pela ONU para estudar e relatar a aquela organização as principais causas que levam a conflitos internos em países tidos como plurinacionais, como é o caso do Brasil, Rússia, Espanha, China, Canadá, entre outros.

Um dos historiadores econômicos mais credenciados da atualidade, o Doutor e professor David Landes, da Universidade de Harvard, durante visita ao Brasil, em entrevista a Revista Veja de 22 de março de 2000, deixou Brasília arrepiada, quando afirmou categoricamente que “o Sul separado do Brasil teria grandes chances de chegar ao primeiro mundo”.

Para este historiador, a humanidade se divide em duas classes: à dos que vivem para trabalhar e a dos que apenas trabalham para sobreviver. “Quanto mais pessoas do primeiro tipo houver, mais chances uma nação terá de sair ganhando no jogo da globalização”, diz ele. Landes, em décadas de trabalho como professor na Harvard, se dedicou a desenvolver a ideia lançada pelo pensador alemão Max Weber de que a cultura e os valores de um povo são tão ou mais importantes para o seu crescimento econômico do que os fatores materiais. Suas teses ganharam forma de livro em 1998 e deram notoriedade ao autor. “A Riqueza e a Pobreza das Nações” alcançou a lista de mais vendidos em diversos países, inclusive o Brasil.

Perguntado pela Revista Veja, se o Brasil é mesmo “o País do Futuro”, Landes disse: “Acho que o Brasil vai conseguir diminuir suas taxas de pobreza. Quanto a tornar-se um dos países mais desenvolvidos, isso é outra história. Isoladamente, a Região Sul do país teria boas chances”.

Para esclarecer a questão, Veja perguntou se ele estava “sugerindo que o país se divida em dois”, ao que respondeu o historiador: ”Estou dizendo que se o Sul se separasse do Norte teria boas chances de alcançar os países mais avançados. Sei que as pessoas logo vão pensar em coisas do tipo: mas como assim, abrir mão dos infindáveis recursos da Amazônia? Pois eu lhe digo que, se vivesse em São Paulo, não me preocuparia muito com o destino do Amazonas. Minerais? Madeira? Tudo isso pode ser comprado. Não é preciso ser dono desses recursos. É mais fácil comprar e vender do que ser proprietário. Em nossa época, não existe nenhuma virtude intrínseca, política ou econômica em manter um grande território e ser uma grande unidade”.

Tentando colocar Landes em saia justa, por ser Americano, a Revista perguntou, se “os Estados Unidos deveriam, então, abrir mão do Estado associado de Porto Rico, por exemplo”. Para surpresa do repórter, dos leitores e do próprio governo americano, Landes fulminou: “Não tenho a menor dúvida que sim. Se a população de Porto Rico votasse pela independência com relação aos Estados Unidos, não haveria nenhum bom motivo para que nós, americanos, permanecêssemos no país. Acho também que os russos estão loucos em fazer o que fizeram na Chechênia. O imperialismo e o expansionismo foram constantes na história do século XIX. Mas, na passagem do século XX para o XXI, numa era de comércio global livre, não há nada que nos obrigue a pensar que maior é melhor. Europeus e japoneses aprenderam essa lição e se deram muito bem”.

Na esteira destas declarações e destes acontecimentos e sem querer profetizar o óbvio, os fatos mostram que a hora da libertação Sul-Brasileira se aproxima. É necessário que nos preparemos. Mais adiante, neste pequeno trabalho, procuramos sintetizar uma reflexão necessária para aqueles que pretendem entender a Causa Sulista sob a ótica do direito internacional, uma, das portas abertas a solução pacífica do conflito, já instalado.

Como diz o professor Anton Mendizabal: “La defensa de el derecho de autodeterminación es um compromiso militante contra la guerra y una apuesta por la paz, la democracia y la libertad. És cerrar la puerta a la guerra y abrir la puerta a los pueblos que necessitan de la paz”.

*O autor é jornalista, um dos fundadores do Movimento O Sul é o Meu País, ex presidente nacional da entidade, Secretário Geral do Gesul (Grupo de Estudos Sul Livre) e presidente da Comissão Regional do Movimento no Vale Europeu. Este artigo é parte do livro lançado pelo autor, “O Sul é o Meu País” (Nova Letra Editora, 2013).














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